Silente ouço a voz do vento
entre as ramagens floreadas
Aspiro o suave e almiscarado perfume
que espargem ao acaso
Abro o livro da minha existência
numa página em branco
E no altar dos meus íntimos desejos
ajoelho-me prece
Flores de pétalas miúdas
caem em rimas sobre a folha virgem
Elas dizem em tom suave e delicado
Poemas são as palavras
Que florescem da emoção
Canção afinada que ecoa
No coração de quem sabe amar
Não queiras ficar na cama
Entre os lençois de cetim
Saia para a vida, venha para o jardim
Pois a vida não é assim
Para escrever o livro da tua vida
É preciso colher flores e odores
Salpicar rimas floridas
No Jardim do teu quintal
Se te faltares a rima essencial
Entrega-te ao sonho colossal
Nas quimeras do sonho
Há o rebordo colorido das flores
Para enfeitar com rimas miúdas
O extraordinário poema da tua vida
(Gracita)